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A expectativa materna e o impacto da realidade

Recebo, diariamente, muitos novos contatos para consultoria e noto em praticamente 100% das mães de bebês pequenos altas expectativas com relação ao comportamento de seus filhos. Frases como “meu filho de 40 dias ainda não dorme a noite toda” ou “meu bebê de 4 dias de vida troca o dia pela noite” me levam a crer que não estamos falando a verdade para as pessoas.


Quando decidimos pela empreitada de um filho - e com toda a certeza em algum momento você se decidiu, mesmo que ele tenha vindo sem planejamento - nós não sabemos o que vai acontecer em nossas vidas dentro de poucos meses. E a imaginação, na grande maioria dos casos, é bem afastada da realidade do cotidiano da criação de filhos. Não haveria outra maneira de saber senão vivenciando. Mas o tamanho da revolução você só terá real dimensão - de fato - após alguns anos.


Mesmo assim, após alguns meses, já é possível perceber que certas crenças e lógicas do mundo dos adultos simplesmente não se aplicam ao universo infantil. O aprendizado é diário e um que sempre nos acompanha é que é preciso entender e aceitar que processos humanos não são lineares, e muito menos ascendentes. Não há como ter precisão na totalidade do tempo. Esta noção da falta de controle muitas vezes nos deixa muito frustrados, e imaginando o que estamos fazendo de errado. Mas o fato é que, no processo do sono – assim como em muitos outros relacionados a nós – sempre teremos oscilações de altos e baixos.


Bebês pequenos acordam muito durante a noite, demandam cuidados praticamente 24 horas por dia, choram por horas seguidas... crianças pequenas batem umas nas outras, batem em você, te desafiam, se jogam no chão e choram por horas seguidas... ou seja: a missão exige da gente. E muito. Em meio a tudo isso, a privação de sono deixa tudo mais difícil ainda. Mas se a gente consegue ter a maioria das nossas noites e dias tranquilos, podemos passar pelas fases dos “baixos” do sono sabendo que elas passarão. E tendo certeza de que elas também voltarão, sempre. Afinal, dentes nascem até quase os 3 anos, picos de crescimento existem durante toda a primeira infância, pesadelos, medos e doenças são frequentes no dia a dia da criança. E nem por isso, tudo está perdido, ou algo errado esta acontecendo. É apenas seu filho sendo humano, mutável, e claro, evoluindo. E quanto maior for o salto para frente, maior será o recuo para ganhar impulso. Lembre-se sempre disso!


Por Debora Coghi

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